“O modelo dos modelos” de Ítalo Calvino
Relacionando
o texto de Calvino com o Atendimento Educacional Especializado (AEE), no
contexto atual, pode-se perceber uma busca incessante acerca de um modelo
diferente de trabalho para cada aluno, pois quando se pensa em uma sala de
aula, vê-se claramente um grande grupo de alunos que formam uma turma,
recebendo a mesma explicação e realizando as mesmas atividades. Mas para
atender à heterogeneidade em salas de aula é preciso que, além da necessidade da
consciência do atual modelo de ensino, redimensione-se o tempo pedagógico e
dedique-se atenção àqueles alunos com necessidades específicas.
Como
bem descreve o autor, “eis que ele se depara face a face com a realidade mal
padronizável e não homogeneizável, formulando os seus “sins”, os seus “nãos”,
os seus “mas”, visto que uma prática consciente da heterogeneidade deve
garantir a todos os alunos os seus direitos de aprendizagem, lembrando que em
decorrência das peculiaridades impostas a alguns alunos por alguma deficiência
ou condição social, os alunos não aprendem da mesma forma. Isso é uma
especificidade que o professor tem que considerar, ou seja, a heterogeneidade é
própria de todos os alunos.
Considerando
tais circunstâncias, vê-se que é necessário que o professor seja vigilante em
suas atitudes como mediador, atendendo as necessidades da turma sem tirar o
foco do aluno com deficiência que por ventura faça parte do grupo. Sobretudo, é
preciso procurar meios para solucionar desafios que se apresentam
cotidianamente ao longo do ano letivo, a fim de que a inclusão de fato aconteça
no contexto educacional.
No
momento atual o atendimento adequado à heterogeneidade em salas de aula,
pressupõe a necessidade de ressignificação dos espaços escolares e o
redimensionamento do tempo pedagógico, ou seja, aquele tempo em que o professor
procura dar atenção a quem tem necessidades específicas, não mais tratando como
iguais os diferentes, mas adequando formas diferenciadas de atendimentos.
Estefânia Soares